Para acolher a diversidade e as múltiplas formas de aprender, a escola deve assegurar a participação e ao mesmo tempo compreender cada um.
Todos alunos têm características, talentos e interesses únicos. Enquanto alguns dominam diferentes linguagens e são apaixonados por histórias, outros preferem desafios matemáticos e projetos de ciências, por exemplo. Mas cada um deles tem uma trajetória de vida singular, com diferentes condições sociais, emocionais, físicas e intelectuais, que não é respeitada por escolas que usam métodos padronizados de ensino. Para respeitar as diferentes formas e ritmos de aprendizagem, ambientes educacionais inclusivos, historicamente associados apenas àqueles que acolhem alunos com deficiência, têm potencial para assegurar a participação de todos e ao mesmo tempo compreender as especificidades de cada um.
Entre os princípios fundamentais da educação inclusiva, está o entendimento de que o acesso à educação é um direito incondicional de todos. A educação inclusiva é a base da sociedade. Ela nada mais é do que a consequência natural de uma escola de qualidade para todos.
A educação inclusiva deveria ser o que na verdade a educação precisa ser para todos. Ela tem que criar sentidos, abrir possibilidades, permitir a participação e estar conectada com a realidade.
Ao apontar a inclusão como o único caminho para a construção de uma nação democrática, o desafio da escola não está em lidar com as crianças com deficiência, mas em compreender as múltiplas formas de ser um estudante. A educação inclusiva olha para cada criança como um ser em uma fase específica da vida. No entanto, muitas vezes as instituições educacionais não consideram as diferentes formas de aprender quando organizam seus processos. Todos os alunos ficam dispostos em carteiras enfileiradas, sentados por horas para fazer as mesmas atividades. Desta forma, a deficiência só evidencia o impacto de um modelo educacional que já não faz mais sentido para os estudantes e não atende às expectativas do século 21.
A educação inclusiva deveria ser o que na verdade a educação precisa ser para todos. Ela tem que criar sentidos, abrir possibilidades, permitir a participação e estar conectada com a realidade.
É fato que não existe uma receita pronta para tornar uma escola inclusiva, mas começar a pensar em processos educacionais mais centrados no estudante abre alguns caminhos. Currículo, prédios, organização escolar, pedagogia, avaliação, pessoal, filosofia da escola e atividades são apenas alguns dos elementos citados na resolução das Nações Unidas.
Entretanto, quando vemos as escolas transformadoras e inovadoras, percebemos que muitas delas têm feito um bom trabalho de inclusão das crianças com deficiência porque estão priorizando no seu projeto pedagógico a questão do clima, do acolhimento e do respeito às singularidades.
Inovação também é incluir!
Katiane Vieira
Katiane Vieira
Empresária, escritora e palestrante
“Acredito que cada um de nós pode ser um instrumento de mudança positiva.”